EM UM MUNDO BÁRBARO, O PRECONCEITO E A VIOLÊNCIA SÃO A LINGUAGEM DA RAZÃO
Mais uma vez a bandeira contra toda uma nação se ergue, gritos por todo o ocidente clamam por justiça contra estes loucos, opressores e preconceituosos de uma cultura bárbara. Ouve-se da mídia muito sobre a brutalidade sem sentido praticada contra os civilizados oriundos da parte mais bem quista do mundo. No cotidiano das pessoas, da América do Sul a do Norte transpassando o Atlântico, se ouve comentários 'bem informados' pela mídia de como a nação muçulmana é unida para a barbárie.
Pois bem, não sou muçulmano, mas o pouco estudo que tenho me traz ótimas referências de personalidades históricas com um passado de violência e preconceito gerados pela tradição dos costumes ocidentais, e estas personalidades sendo nascidas no ocidente, libertaran-se deste mal ao se converterem ao islamismo. Pego como exemplo Malcon X, este verdadeiro ícone que lutou contra a intolerância e o ódio racial , que antes de se voltar para o Islã, apresentava-se cheio de ideais e atitudes tão justas quanto qualquer membro da Ku Klux Klan. É de certo, e indiscutível, que o Alcorão em momento algum prega a violência, e assim como a Bíblia, se não mais que esta, tende a resgatar as pessoas de uma existência alcunhada na barbárie.
Andando pelo Centro da cidade de Curitiba, Brasil, onde este mesmo centro prosperou há décadas atrás pelas mãos trabalhadoras dos imigrantes do Oriente Médio, e traz consigo uma forte comunidade muçulmana, vejo os olhos preconceituosos e acusadores dos polaquinhos, e os não tão polacos assim, fitando as senhoras trajeitadas das vestes costumeiras da crença de Alá, como se detentoras de uma terrivel deficiência moral ou feitoras de um crime indizível apenas por serem o que são. A mídia internacional, sempre em busca de um novo Cristo a crucificar a fim que pague pelos pecados do mundo, em outrora elegeu o bloco comunista que ameaçou o Deus do Capital; também teve a vez dos povos de origem escandinava condenados pela totalidade tendo como justificativa os crimes dos nazistas; e agora a mais nova onda de um 'inimigo em comum' do mundo livre, sendo estes poucos dos muitos exemplo a serem observados.
Fato é que até mesmo o Brasil, não estando envolvido em desentendimento algum com qualquer país do Oriente Médio, tendo uma grande comunidade muçulmana nas terras do verde e amarelo, essa mesma comunidade tem de sofrer os preconceitos e pagar pelos crimes de alguns poucos lá do outro lado do mundo. O discurso de que 'esse povo' é organizado não representa toda a nação muçulmana, e os atos cometidos por alguns grupos não foram, em hipótese alguma, ordenados pelos lideres de Estado destes povos. Culpar todo muçulmano pela violência praticada por alguns é o mesmo que considerar todo Brasileiro bandido e co-autor de assassinatos, tráfico de drogas cometidos pelo crime organizado.
É certo e fácil apontarmos com dedos acusadores o que a mídia nos ensina a odiar, esbravejar o quão é feio e desprezivel um neonazista ou um dito terrorista que ergue uma bandeira da intolerância e ódio sobre tudo como justificativa para também se cometer violência ao próximo. Mas é por demais difícil olharmos no espelho e vermos o quanto NÓS, com estes dedos acusadores, somos o retrato deste mesmo mal que é tão fácil identificar quando repousa no clichê e fomos orientados pela mídia a apontar.
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